Ando pelas ruas de
uma bela cidade chamada Sky-city,
no ano de 1997 d.C (depois de Cristo). Esta é uma cidade especializada na
criação de ervas, capazes de curar pessoas de doenças graves para a época.
Quando eu levantei da minha cama, percebi algo estranho meus pais se rastejavam
como se quisessem comer a minha carne. Eu me afastei e peguei uma arma que
estava em cima da mesa, o meu pai era policial e sempre a deixava ali, eu saio
pelas ruas e percebo que a cidade estava infestada de pessoas com uma fome
danada por carne. Em teoria, as pessoas teriam sido infectadas por algum tipo
de vírus criado pelas usinas de agrotóxicos e por algum motivo, um vírus que
estava no ar reagiu com os componentes químicos que saiam das usinas. Agora eu
tinha um problema maior, eu estava defronte para o meus medos e eu teria que
buscar ajuda em algum lugar da cidade. Eu preciso encontrar algum sobrevivente,
eu tinha em mente ajudar quem precisasse naquela cidade que, agora, tinha sido
tomada pelo terror.
- Eu preciso
buscar uma saída o mais depressa possível, tem errantes espalhados por toda a
cidade, é assustador - dizia eu -, alguém vivo nessa cidade?
Eu
entrei num posto de gasolina e lá encontrei alguns sobreviventes. Um deles era
um casal de namorados Bia e Lee. Eu conversei um pouco com eles e quis saber
sobre a situação em que nos encontrávamos.
-
Precisamos dar o fora daqui imediatamente! - reclamou Lee -, logo esse lugar
vai demolir e não teremos escapatória.
- Não
se exalte - eu lhe disse -, ainda temos uma chance, mas a única forma de
sairmos vivos daqui é trabalhando juntos. Primeiramente, algum de vocês tem uma
arma?
- Eu
tenho! - alegou Bia - É um revolver e possui apenas cinco balas.
- Não
é o suficiente! - Interrompeu Lee.
-
Tens razão querido, o importante, nessa situação é sairmos daqui e buscar um
carro com gasolina. Lá fora tem um trailer e, com certeza, ele está com o
tanque cheio. É a nossa melhor aposta.
- Eu
não acho que seja necessário amor - disse Lee -, basta que esperemos que a
guarda nacional venha aqui e salve a gente, não se preocupem, o exercito logo
virá salvar nossas peles.
- Eu
não diria que o exército arriscaria os seus homens para vim nos salvar, é muito
arriscado - eu lhe disse. - O plano é pegarmos o maldito trailer e encontrarmos
um aeroporto perto por aqui, pegaremos um avião, helicóptero e o que
for...
- Você não
manda por aqui idiota! Eu decido o que é melhor para todos nós.
- Escute
ele amor - disse Bia -, é o melhor plano e temos que arriscar.
- O plano é
matá-los lentamente sem fazer barulho. O som atrai esses bichos; boa sorte.
O
plano seguiu muito bem por um momento. Quando nos aproximamos do trailer um
zumbi saiu debaixo dele e mordeu a perna de Bia, ela caiu no chão com gritos de
agonia, Lee não teve tempo de ajudar, eu o arrastei no trailer e sairmos
daquele lugar.
-
- Eu sinto muito Lee!
- Eu
a amava John, a gente iria se casar. Oh deus, o que eu faço agora? Eu perdi
tudo!
-
Você não é o único, eu perdi meus pais e a minha irmã Jordana está vivendo na
Inglaterra. Eu espero que esse vírus não se espalhe pelo globo ou o mundo
inteiro temerá os horrores desses monstros.
- Nem
me fale, veja, logo a frente há um supermercado. Pegaremos alguns suprimentos e
daremos o fora.
-
Muito bom! Você é simples e objetivo.
Ao entrarmos tivemos tempo o suficiente para pegarmos tudo que precisamos. Até
que, na saída, vimos o trailer virado pelos zumbis. O transporte tornava-se
impossível, até que, Lee, tomou uma triste decisão:
-
Corra o mais depressa possível e eu distraio os zumbis, pegue essa mochila, os
suprimentos que os pus está nela.
-
Não diga besteiras Lee, eu não vou lhe deixar aqui para morrer, eles farão
picadinho de ti e eu não vou deixar que isso aconteça.
- Eu
não me importo! Olhe se não fosse pelo seu apoio eu não estaria vivo agora,
muito obrigado, adeus.
Dessa forma, eu segui o plano estúpido de Lee. Ele distraiu os
zumbis tempo o suficiente para que eu pudesse fugir, e eu estava esperançoso,
pois o aeroporto não era muito longe dali e logo eu segui minha caminhada
cautelosa e quieta. Eu nunca soube o que aconteceu com Lee, não sei se ele
sobreviveu, mas um homem negro, de olhos castanhos, e cabelos encaracolados, é
um exemplo a uma raça tão pouco valorizada e que deveria, ao invés disso, ser
chamada de ''a raça sagrada, a raça herói''.
-
Eu não podia conter os meus medos, estava apavorado imerso a um terror insano o qual eu não podia escapar, a minha duvida que eu tive era se eu sobreviveria, até que aparece uma errante bem na minha frente. Meu corpo paralisou, eu fiquei seco por dentro; meu coração acelerava. O que eu sentia naquele momento não era medo, mas paixão, eu, loucamente, me apaixonei por aquela criatura, e eu não podia deixar que ela continuasse matando pessoas e infectando-as com este vírus. Eu peguei um tranqüilizante que tinha em mãos, o qual eu encontrei no supermercado e enfiei no pescoço da moça. Levei-a até uma casa infestada de zumbis que fora mortos por mim ao chegar naquela habitação.
A
moça era linda, tinha cabelos ruivos preso num coque, pele branca, olhos
castanhos e lábios carnudos
- Fique aqui
mocinha, eu vou encontrar um antídoto e livrá-la dessa doença que esta
consumindo sua pobre alma - disse-lhe eu à moça que estava na minha frente -,
eu já volto.
Eu
fui até a mesma farmácia a qual eu trabalhei há muito tempo atrás, e peguei o
mesmo tranqüilizante para deixar a moça inconsciente. Caminhei cerca de um
quilometro até chegar lá, e finalmente eis que eu encontro o remédio para curar
a moça. O remédio estava sobre a mesa e eu o peguei com presa, não sabia se
curaria a doença dela, porém eu tinha que tentar.
A noite houvera chegado e ficou cada vez mais difícil de escapar. Quando eu
retornei a casa eu apliquei o remédio nela e de repente ela recuperava-se bem.
-
Qual é o seu nome? Eu gostaria de saber! - perguntei-lhe.
- Eu
me chamo Anna, muito obrigado por me salvar, quando eu passei pela rua eu fui
mordida e, de repente, eu desmaiei. O que foi que aconteceu? -perguntou ela -
Se me explicares eu ficarei feliz.
Meu olhar fixou-se
nela e eu a expliquei o ocorrido.
- Você
foi infectada por um vírus, ele consumiu você e fez com que mordesse outras
pessoas que, mais tarde, adquiria ele, se eles te morderem de novo você irá
virar novamente uma daquelas criaturas. Nesse momento, você precisa tomar mais
cuidado.
-
Entendo - disse ela, coçando a cabeça e pensativa.
Cinco
minutos se passaram e ela começou a chorar, eu fiquei curioso e perguntei o
motivo de tamanha melancolia e ela disse:
- Eu amava
esta cidade, e agora me preocupo o que irá acontecer logo em seguida. O remédio
que tu usou para me curar nem foi testado, agora não há nenhuma maneira de
curar essas pessoas infectadas, é o fim de tudo. Se o mundo chegar a esse ponto
acho que não haverá escapatória - disse ela pensando no inevitável.
- Se
não podemos curar essas pessoas, então vamos encontrar um helicóptero e fugir
da cidade, o Governo vai cuidar desse caso, agora fique calma, venha comigo, o
aeroporto não fica muito longe daqui - argumentei à ela.
-
Certo!
Caminhamos muito e achamos muitas armas, lutamos contra a horda de zumbis
e vencemos todos eles, juntos. Com o tempo o carinho que tínhamos um pelo outro
acabara de crescer, logo nos apaixonamos, quando fomos ao encontro do
helicóptero eu disse-lhe:
- Vamos construir
um novo futuro!
E então ela disse:
- Sim, um futuro
longe daqui, sinto-me mal pelo fim dessa cidade, mas eu sei que amanhã será um
novo dia; o amor nunca foge das pessoas, nem mesmo a esperança.
Eu a
beijei com muito fervor e nos dirigimos ao helicóptero, sãos e salvos. Foram
dois anos de muita luta e sobrevivência em busca de suprimentos e gasolinas foi
um deslocamento muito dificultado, enfim, quando eu voltei eu pude encontrar a
minha irmã e abraçá-la. Eu logo pensei comigo mesmo que ''tudo ficaria bem a
partir de agora''.
Alguns minutos depois fora lançado um míssil que arrasou a cidade para sempre,
Sky-city deixara de existir, sobrando apenas poeira no ar, a cidade desapareceu
para sempre. Enquanto isso nós vivíamos felizes numa cidade muito linda cerca
de duzentos quilômetros longe de lá. Dez anos se passaram nossos filhos haviam
nascido e logo depois nos casamos, os dias decorriam muito bem, a vida nunca
foi tão boa, a dor foi embora e entrou em cena a felicidade.
Deixo-lhes o meu relato e o da minha esposa da seguinte forma descrita
aqui:
-
'' Lutamos
contra o mal e sobrevivemos; sobreviver faz parte da vida, da mesma forma que
sentir-se derrotado ou vitorioso; é decisão nossa escolher a melhor maneira de
se adaptar a algo que nos aflige. Viver é aprender a enfrentar os medos, mesmo
que seja difícil, desistir nunca foi uma opção. Bom é isso, obrigado pela
atenção, esse é o relato de um sobrevivente chamado John e sua esposa Anna. ''
Autor:
Franklin Furtado Ieck
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