sábado, 8 de março de 2014

O relato de John Dodgers

Ando pelas ruas de uma bela cidade chamada Sky-city, no ano de 1997 d.C (depois de Cristo). Esta é uma cidade especializada na criação de ervas, capazes de curar pessoas de doenças graves para a época. Quando eu levantei da minha cama, percebi algo estranho meus pais se rastejavam como se quisessem comer a minha carne. Eu me afastei e peguei uma arma que estava em cima da mesa, o meu pai era policial e sempre a deixava ali, eu saio pelas ruas e percebo que a cidade estava infestada de pessoas com uma fome danada por carne. Em teoria, as pessoas teriam sido infectadas por algum tipo de vírus criado pelas usinas de agrotóxicos e por algum motivo, um vírus que estava no ar reagiu com os componentes químicos que saiam das usinas. Agora eu tinha um problema maior, eu estava defronte para o meus medos e eu teria que buscar ajuda em algum lugar da cidade. Eu preciso encontrar algum sobrevivente, eu tinha em mente ajudar quem precisasse naquela cidade que, agora, tinha sido tomada pelo terror.
- Eu preciso buscar uma saída o mais depressa possível, tem errantes espalhados por toda a cidade, é assustador - dizia eu -, alguém vivo nessa cidade?
   Eu entrei num posto de gasolina e lá encontrei alguns sobreviventes. Um deles era um casal de namorados Bia e Lee. Eu conversei um pouco com eles e quis saber sobre a situação em que nos encontrávamos. 
   - Precisamos dar o fora daqui imediatamente! - reclamou Lee -, logo esse lugar vai demolir e não teremos escapatória.
   - Não se exalte - eu lhe disse -, ainda temos uma chance, mas a única forma de sairmos vivos daqui é trabalhando juntos. Primeiramente, algum de vocês tem uma arma?
   - Eu tenho! - alegou Bia - É um revolver e possui apenas cinco balas.
   - Não é o suficiente! - Interrompeu Lee.
   - Tens razão querido, o importante, nessa situação é sairmos daqui e buscar um carro com gasolina. Lá fora tem um trailer e, com certeza, ele está com o tanque cheio. É a nossa melhor aposta.
   - Eu não acho que seja necessário amor - disse Lee -, basta que esperemos que a guarda nacional venha aqui e salve a gente, não se preocupem, o exercito logo virá salvar nossas peles. 
   - Eu não diria que o exército arriscaria os seus homens para vim nos salvar, é muito arriscado - eu lhe disse. - O plano é pegarmos o maldito trailer e encontrarmos um aeroporto perto por aqui, pegaremos um avião, helicóptero e o que for...   
  - Você não manda por aqui idiota! Eu decido o que é melhor para todos nós.
  - Escute ele amor - disse Bia -, é o melhor plano e temos que arriscar.
  - O plano é matá-los lentamente sem fazer barulho. O som atrai esses bichos; boa sorte.
   O plano seguiu muito bem por um momento. Quando nos aproximamos do trailer um zumbi saiu debaixo dele e mordeu a perna de Bia, ela caiu no chão com gritos de agonia, Lee não teve tempo de ajudar, eu o arrastei no trailer e sairmos daquele lugar.
      
                                                                        - 

                - Eu sinto muito Lee! 
   - Eu a amava John, a gente iria se casar. Oh deus, o que eu faço agora? Eu perdi tudo!
   - Você não é o único, eu perdi meus pais e a minha irmã Jordana está vivendo na Inglaterra. Eu espero que esse vírus não se espalhe pelo globo ou o mundo inteiro temerá os horrores desses monstros.
   - Nem me fale, veja, logo a frente há um supermercado. Pegaremos alguns suprimentos e daremos o fora.
   - Muito bom! Você é simples e objetivo. 
     Ao entrarmos tivemos tempo o suficiente para pegarmos tudo que precisamos. Até que, na saída, vimos o trailer virado pelos zumbis. O transporte tornava-se impossível, até que, Lee, tomou uma triste decisão:
    - Corra o mais depressa possível e eu distraio os zumbis, pegue essa mochila, os suprimentos que os pus está nela.
    - Não diga besteiras Lee, eu não vou lhe deixar aqui para morrer, eles farão picadinho de ti e eu não vou deixar que isso aconteça.
    - Eu não me importo! Olhe se não fosse pelo seu apoio eu não estaria vivo agora, muito obrigado, adeus. 
     Dessa forma, eu segui o plano estúpido de Lee. Ele distraiu os zumbis tempo o suficiente para que eu pudesse fugir, e eu estava esperançoso, pois o aeroporto não era muito longe dali e logo eu segui minha caminhada cautelosa e quieta. Eu nunca soube o que aconteceu com Lee, não sei se ele sobreviveu, mas um homem negro, de olhos castanhos, e cabelos encaracolados, é um exemplo a uma raça tão pouco valorizada e que deveria, ao invés disso, ser chamada de ''a raça sagrada, a raça herói''.

                                                                                 -

   Eu não podia conter os meus medos, estava apavorado imerso a um terror insano o qual eu não podia escapar, a minha duvida que eu tive era se eu sobreviveria, até que aparece uma errante bem na minha frente. Meu corpo paralisou, eu fiquei seco por dentro; meu coração acelerava. O que eu sentia naquele momento não era medo, mas paixão, eu, loucamente, me apaixonei por aquela criatura, e eu não podia deixar que ela continuasse matando pessoas e infectando-as com este vírus. Eu peguei um tranqüilizante que tinha em mãos, o qual eu encontrei no supermercado e enfiei no pescoço da moça. Levei-a até uma casa infestada de zumbis que fora mortos por mim ao chegar naquela habitação.
   A moça era linda, tinha cabelos ruivos preso num coque, pele branca, olhos castanhos e lábios carnudos
- Fique aqui mocinha, eu vou encontrar um antídoto e livrá-la dessa doença que esta consumindo sua pobre alma - disse-lhe eu à moça que estava na minha frente -, eu já volto.
   Eu fui até a mesma farmácia a qual eu trabalhei há muito tempo atrás, e peguei o mesmo tranqüilizante para deixar a moça inconsciente. Caminhei cerca de um quilometro até chegar lá, e finalmente eis que eu encontro o remédio para curar a moça. O remédio estava sobre a mesa e eu o peguei com presa, não sabia se curaria a doença dela, porém eu tinha que tentar.
     A noite houvera chegado e ficou cada vez mais difícil de escapar. Quando eu retornei a casa eu apliquei o remédio nela e de repente ela recuperava-se bem.
   - Qual é o seu nome? Eu gostaria de saber! - perguntei-lhe.
   - Eu me chamo Anna, muito obrigado por me salvar, quando eu passei pela rua eu fui mordida e, de repente, eu desmaiei. O que foi que aconteceu? -perguntou ela - Se me explicares eu ficarei feliz.
Meu olhar fixou-se nela e eu a expliquei o ocorrido.
   - Você foi infectada por um vírus, ele consumiu você e fez com que mordesse outras pessoas que, mais tarde, adquiria ele, se eles te morderem de novo você irá virar novamente uma daquelas criaturas. Nesse momento, você precisa tomar mais cuidado.
   - Entendo - disse ela, coçando a cabeça e pensativa.
   Cinco minutos se passaram e ela começou a chorar, eu fiquei curioso e perguntei o motivo de tamanha melancolia e ela disse:
  - Eu amava esta cidade, e agora me preocupo o que irá acontecer logo em seguida. O remédio que tu usou para me curar nem foi testado, agora não há nenhuma maneira de curar essas pessoas infectadas, é o fim de tudo. Se o mundo chegar a esse ponto acho que não haverá escapatória - disse ela pensando no inevitável.
   - Se não podemos curar essas pessoas, então vamos encontrar um helicóptero e fugir da cidade, o Governo vai cuidar desse caso, agora fique calma, venha comigo, o aeroporto não fica muito longe daqui - argumentei à ela.
   - Certo!
   Caminhamos muito e achamos muitas armas, lutamos contra a horda de zumbis e vencemos todos eles, juntos. Com o tempo o carinho que tínhamos um pelo outro acabara de crescer, logo nos apaixonamos, quando fomos ao encontro do helicóptero eu disse-lhe:
- Vamos construir um novo futuro!
E então ela disse:
- Sim, um futuro longe daqui, sinto-me mal pelo fim dessa cidade, mas eu sei que amanhã será um novo dia; o amor nunca foge das pessoas, nem mesmo a esperança.
   Eu a beijei com muito fervor e nos dirigimos ao helicóptero, sãos e salvos. Foram dois anos de muita luta e sobrevivência em busca de suprimentos e gasolinas foi um deslocamento muito dificultado, enfim, quando eu voltei eu pude encontrar a minha irmã e abraçá-la. Eu logo pensei comigo mesmo que ''tudo ficaria bem a partir de agora''.
   Alguns minutos depois fora lançado um míssil que arrasou a cidade para sempre, Sky-city deixara de existir, sobrando apenas poeira no ar, a cidade desapareceu para sempre. Enquanto isso nós vivíamos felizes numa cidade muito linda cerca de duzentos quilômetros longe de lá. Dez anos se passaram nossos filhos haviam nascido e logo depois nos casamos, os dias decorriam muito bem, a vida nunca foi tão boa, a dor foi embora e entrou em cena a felicidade.
   Deixo-lhes o meu relato e o da minha esposa da seguinte forma descrita aqui:

                                                                 -

'' Lutamos contra o mal e sobrevivemos; sobreviver faz parte da vida, da mesma forma que sentir-se derrotado ou vitorioso; é decisão nossa escolher a melhor maneira de se adaptar a algo que nos aflige. Viver é aprender a enfrentar os medos, mesmo que seja difícil, desistir nunca foi uma opção. Bom é isso, obrigado pela atenção, esse é o relato de um sobrevivente chamado John e sua esposa Anna. ''

Autor: Franklin Furtado Ieck

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