- O milagre da vida
sempre foi Deus. Eu acredito que haja uma força que supere todas as outras e
que originou a todas nós irmãs - orava a Flor Copo de Leite -, vamos orar!
- Wee... - diziam
todas as flores quando concordavam.
A Flor Copo de Leite
era tímida e pouco se preocupava com sua beleza. Ela apenas ficava na sua,
quieta, esperando que as abelhas viessem e fizessem o mel. Era a Primavera,
época das flores nascentes. A Flor Copo de Leite, nesse tempo, fez duas grandes
amigas: O Girassol, bela e dourada, de beleza cativante que causava inveja nas
demais flores. A outra era a harmoniosa Flor Margarida, com as folhas brancas
em volta, ela também era tímida com a Flor Copo de Leite, porém a Margarida era
engraçada e estava sempre de bom humor.
- Eu só espero que os
Ogros não nos ataquem - preocupava-se a Margarida -, eu tenho muito medo deles!
- Não se preocupe -
aludiu a Girassol -, o brilho da justiça divina está ao nosso favor. Eu posso
garantir a todas vocês aqui que nada irá acontecer.
- É verdade -
concordou a Flor Copo de Leite -, relaxe, minha amiga.
- Eu relaxarei; nossa
não sei como agradecer a todas vocês, especialmente você: Flor Copo de Leite.
- Nós sempre estaremos
unidas Margarida - disse a Flor Copo de Leite -, enquanto estivermos juntas o
mal jamais perpassará esse solo sagrado.
-
Tudo estava indo bem, e novas flores nasciam, e o mundo seguia o seu curso existencial. Umas flores nasciam para outras morrerem, era a lei da vida.
Chegou o Verão, o
calor era escaldante, e alguns Ogros, destruidores e assassinos estavam se
aproximando no Reino das Flores para destruí-lo.
Eles destruíram cerca de cem flores naquele lugar e nem mesmo a pobre
Flor Copo de Leite não aceitava aquele confronto. e então ouvia-se vozes
de desespero
- Parem! -
repetia ela duas vezes -, como vocês ousam em matarem a existência que, um dia
lhes dera a fonte primária necessária as suas vidas. Se tu matares a todas
nós, tu também morrerás. As palavras arrebataram os Ogros, que logo recuaram.
As flores acreditavam na ciência e na religião. Os Ogros simplesmente não
tinham uma crença em Deus, eles eram mais objetivos movidos pela dominação e
destruição - lembro-me disso quando eu penso nos bárbaros, homens tão
desprovidos de conhecimento e providos de sede de poder.
Naquele dia de muita
dor e sofrimento nascia mais uma flor. Seu nome era Flor Rosa. Ela tinha
uma cor avermelhada, típica de uma flor deste gênero.
- Iupi...! - dizia a
flor Rosa no momento de seu desabrochar.
- Gloria a vida que
Deus nos deu - vangloriava-se a Flor Copo de Leite.
Quando ela nasceu
todas criaram a convicção de esperança e não importava a mão que destruísse a
natureza que ela logo voltaria ao seu estado natural. Assim
é a vida, uns morrem e outros vivem e se recompõem do que foi perdido há muito
tempo. Se perdermos algo de especial na vida aquilo só pode ser preenchido pela
nossa força; propriamente dizendo: a força é capaz de mover fronteira e lhes
digo que, a maior força é a ''força de vontade'', a qual o ser humano pode usar
para se tornar cada vez mais corajoso e capaz de superar as dores da vida.
Uma nova batalha
aconteceria e as flores não sabiam. Desta vez a luta seria contra os Gnomos,
que elas mal podiam ver. Eles eram invisíveis para os demais seres daquele
mundo, nem mesmo os humanos conseguiam ver aquela espécie, mas isso não abateu
as flores. Elas se opuseram a suas façanhas, pegavam galhos de madeira que
estavam no chão, soltos pelas árvores em volta. Elas, então, pegaram e cravavam
em cada Gnomo que morria instantaneamente. E com um grito de vitória as flores
voltavam para o seu lugar tranqüilas e harmônicas como sempre.
Chegava o Inverno, a
época do ano em que as flores mais sofriam. Além disso, o horror começou a
tomar conta de suas vidas; a neve seca e gelada que cobria suas folhas a
estavam matando lentamente. Era como se a morte obstruísse o limite da
felicidade a qual elas tinham conquistado com muito rigor. A Flor Íris as disse
para não perderem as esperanças que a ajuda chegaria o mais rápido possível,
mas não era verdade. O destino é que elas morreriam naquele campo. E logo
suspiros aspiravam no ar
- Eu não quero morrer!
- dizia a Flor Rosa.
- Eu preciso de água!
- gemeu a Flor Girassol.
- Lutem como sempre
fazem - dizia a Flor Copo de Leite -, sobrevivermos durante muito tempo e é
assim que acabaremos? Nunca desistam!
Todas expressavam suas
dores, uma de cada vez, como se fosse o seu ultimo suspiro. Elas desmaiaram até
um grupo de Humanos as levaram uma a uma. Foram à uma terra florida donde
existiam muito mais flores do que o Reino das Flores. Este era o Reino das
Plantas - um pequeno reino criado por um Rei que morreu há muito tempo. Esse
reino ele era ligado aos reinos dos quatro elementos (fogo, água, terra e ar) e
existiam todos os tipos de plantas que se podia imaginar naquele lugar. As
Flores ficaram felizes por encontrarem seres vívidos como elas. A felicidade
lhes abriu as portas e agora não tinham com o que se preocuparem. Os humanos
lutavam com Ogros, Elfos e Gnomos que odiavam as Flores e tinham inveja de sua
beleza ser superior à deles. Por isso, os Humanos as protegeram durante toda a
vida, e assim elas viveram felizes e continuando o seu curso da vida que
transparecia por todo o mundo. A lição que as flores aprenderam era ficar
unidas àqueles que as amavam de verdade - aprenderam a serem fortes perante as
dificuldades da vida e respeitando os demais seres não importando a raça. Mais
tarde, com o passar dos anos, os demais seres que repugnavam as flores: Ogros e
Gnomos tornaram-se seus amigos e reconheceram o valor que elas tinham - a vida
nunca foi tão tranqüila e harmônica - e elas sentiam-se realizadas. Então,
agora todos podiam viver felizes para sempre.
Autor: Franklin Furtado Ieck
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