sexta-feira, 14 de março de 2014

A Crônica de Hospital

       Mais um dia em um hospital qualquer na cidade de Rio Grande. Lá estava eu, lendo um livro do Machado de Assis chamado: Memórias Póstumas de Brás cubas; sentado na cadeira junto de minha mãe. Eu acabara de chegar na página 175 quando fechava o meu livro e logo uma senhora muito bonita vinha em minha direção. O seu nome era Nelinha, aparentava ter cinqüenta anos, com seus belos olhos azuis que lembravam os céus azuis com o ímpeto de expulsar as nuvens passageiras que tirassem o seu brilho infinito, o azul circundava que poderia circundava ao redor de qualquer pessoa que visse; tinha cabelos louros e curtos de estilo masculino. 
   - Poderias me ajudar a por um chip no celular? - pediu ela.
   - Claro! Qual o problema?
   - Simples - a retrucou -, o meu celular não liga! Eu ponho chip, mas parece que o celular não liga.
   Eu peguei o seu celular e comecei a acessá-lo. Realmente o celular desligava quando colocava a opção de inserir o chip e infelizmente o chip poderia ter estragado. De imediato, ela tentou ligar a cobrar mas não tinha sinal no seu telefone, assim lhe emprestei o meu e ela pôde ligar para seu marido dizendo que demoraria para o atendimento.
   - Obrigado. - ela disse -, vocês jovens entendem dessas coisas de tecnologia. Eu simplesmente não entendo nada disso - e ela começou a rir e olhar para mim.
   - Pois é! - disse eu, com um sorriso animado -, é uma nova geração, quem sabe no futuro quando nascerem meus filhos e netos existirá uma tecnologia que eu não saiba usar amiga.
   Ela concordou e disse:
   - Verdade! Meu neto usa o celular o tempo todo e ele sabe de tudo.
   - Que legal!
   - Eu gosto de ler e escrever também, e quero torna-me um escritor no futuro.
   Ela gostou da conversa, eu lhe disse que queria pegar um copo de café. Eu estava com muito sono e eram nove horas da manhã. Com ímpeto me dirigi até a maquina de café, saquei um real e cinqüenta centavos, muito caro a bebida. Eu peguei e pus o copo. Na hora lembrei-me no que eu disse à senhora sobre a tecnologia evoluir, e vi que o copo automaticamente enchia-se com café. Realmente com passar dos anos tudo evolui.
   - É um assalto! Está muito caro infelizmente, e ainda enche o copo pela metade - disse o homem que estava ao meu lado.
   Eu concordei, mas isso não me satisfez do prazer de provar um bom café, eu disse isso à Nelinha quando eu a avistei. Ela riu e por um breve momento ficamos em silêncio esperando o maldito atendimento demorado do Hospital.
   - Antigamente demorava muito para atenderem, mas agora eles chamavam as pessoas por aquelas duas caixas de som, porém estão estragadas. Mesmo assim o serviço melhorou quando chamavam vários para que um médico cuidasse - explicou Nelinha. 
   Absurdo! Um hospital com esse tipo de serviço é realmente uma negligência. Enfim, as horas se passaram e chamaram a minha mãe ao atendimento. Eu esperei por mais alguns tempo apenas olhando para a senhora e sorrindo. Quando a minha mãe chegamos nos despedimos da senhora e fomos embora, eu lhe desejei boa sorte, nunca mais a vi.
   No dia que escrevi esta história estava depressivo, mas se não fosse por eu sair com meus pais e ir até esse hospital eu nunca teria feito esta crônica. E seria uma história a menos nesse mundo de resplendor e luz ofuscante que nos ilumina a cada dia com pessoas novas.

Autor: Franklin Furtado Ieck

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