- Poderias me ajudar a
por um chip no celular? - pediu ela.
- Claro! Qual o
problema?
- Simples - a retrucou
-, o meu celular não liga! Eu ponho chip, mas parece que o celular não liga.
Eu peguei o seu
celular e comecei a acessá-lo. Realmente o celular desligava quando colocava a
opção de inserir o chip e infelizmente o chip poderia ter estragado. De
imediato, ela tentou ligar a cobrar mas não tinha sinal no seu telefone, assim
lhe emprestei o meu e ela pôde ligar para seu marido dizendo que demoraria para
o atendimento.
- Obrigado. - ela
disse -, vocês jovens entendem dessas coisas de tecnologia. Eu simplesmente não
entendo nada disso - e ela começou a rir e olhar para mim.
- Pois é! - disse eu,
com um sorriso animado -, é uma nova geração, quem sabe no futuro quando
nascerem meus filhos e netos existirá uma tecnologia que eu não saiba usar
amiga.
Ela concordou e disse:
- Verdade! Meu neto
usa o celular o tempo todo e ele sabe de tudo.
- Que legal!
- Eu gosto de ler e
escrever também, e quero torna-me um escritor no futuro.
Ela gostou da
conversa, eu lhe disse que queria pegar um copo de café. Eu estava com muito
sono e eram nove horas da manhã. Com ímpeto me dirigi até a maquina de café,
saquei um real e cinqüenta centavos, muito caro a bebida. Eu peguei e pus o
copo. Na hora lembrei-me no que eu disse à senhora sobre a tecnologia evoluir,
e vi que o copo automaticamente enchia-se com café. Realmente com passar dos
anos tudo evolui.
- É um assalto! Está
muito caro infelizmente, e ainda enche o copo pela metade - disse o homem que
estava ao meu lado.
Eu concordei, mas isso
não me satisfez do prazer de provar um bom café, eu disse isso à Nelinha quando
eu a avistei. Ela riu e por um breve momento ficamos em silêncio esperando o
maldito atendimento demorado do Hospital.
- Antigamente demorava
muito para atenderem, mas agora eles chamavam as pessoas por aquelas duas
caixas de som, porém estão estragadas. Mesmo assim o serviço melhorou quando
chamavam vários para que um médico cuidasse - explicou Nelinha.
Absurdo! Um hospital
com esse tipo de serviço é realmente uma negligência. Enfim, as horas se passaram
e chamaram a minha mãe ao atendimento. Eu esperei por mais alguns tempo apenas
olhando para a senhora e sorrindo. Quando a minha mãe chegamos nos despedimos
da senhora e fomos embora, eu lhe desejei boa sorte, nunca mais a vi.
No dia que escrevi esta
história estava depressivo, mas se não fosse por eu sair com meus pais e ir até
esse hospital eu nunca teria feito esta crônica. E seria uma história a menos
nesse mundo de resplendor e luz ofuscante que nos ilumina a cada dia com
pessoas novas.
Autor: Franklin Furtado Ieck
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